Na semana que ficou marcada pela suspensão do histórico Arturio Mãozinhas, cujos contornos continuam por explicar,a equipa dos Bezugos voltou a defrontar os seus arqui-rivais do Resto do Mundo.
Talvez melindrados com a situação do colega Arturio, a histórica equipa entrou em campo um pouco a medo, deixando o domínio do jogo para o adversário, que, impulsionado pela dinâmica de Pedro “Martim Vilar” Pacheco, depressa chegou à vantagem. Do outro lado, uma equipa tristonha, ao sabor das arrancadas de André ou de Hugo, este em claro défice físico, arrastava-se na quadra, quase a cumprir calendário.
O jogo foi “rasgadinho”, como ficou patente na agressividade de Roberto Londral na disputa dos lances, nomeadamente com Mestre (com mazelas visíveis no final da partida), e demonstrou uma equipa dos Bezugos com problemas de balneários, corporizados nos constantes amuos de Sem Ângulo.
O Resto do Mundo cumpriu ao vencer o encontro, ainda que por números poucos expressivos (5-4) para aquilo que se passou dentro de campo, mas que ficou a dever grande parte da vitória ao fantástico “portero” Pedro “Eu bebo Malibu” Bogas.
A equipa dos Bezugos apresentou-se então com: Manuel “Sem Ângulo” Valença; Roberto “Capitão Roby” Londral; Tiago “Manias” Graça; Hugo e André.
Do outro lado estavam: Pedro “Eu bebo Malibu” Bogas; André Fonseca; Carlos “El Mister” Dias; Pedro “Martim Vilar” Pacheco; Mestre e José “Caça e Pesca” Miguel.
Análise Individual:
Bezugos FC
Manuel “Sem Ângulo” Valença – O Sr. “Porque é que não me passaste a bola?” - 3
Há jogadores que nascem com o dom do futebol nos pés, outros há, que é graças ao trabalho que se tornam reconhecidos. Manuel enquadra-se claramente no primeiro caso. A sua técnica é inigualável, a sua visão de jogo perfeita e hoje em dia faz a diferença em quase todos os jogos. O problema surge quando Manuel não limpa a cabeça e não joga o seu jogo de forma descontraída, altura em que o seu futebol se torna vulgar e os dribles cedem perante as constante discussões com os colegas de equipa, a reclamar a posse do esférico. Ontem, infelizmente, Manuel esteve assim e o futebol dos Bezugos perdeu dimensão.
Roberto “Capitão Roby” Londral – Quezilento – 5
Chegou a ser chocante a violência com que abordou alguns lances (Mestre que o diga), mas acabou por ser importante na manobra da equipa ao fazer cortes providenciais na defensiva da sua equipa e a lançar o ataque. Exibição mediana.
Tiago “Manias” Graça – Discreto – 5
O futebol actualmente exige uma entrega total dos jogadores, tendo o histórico jogador optado, em largos momentos, por se esconder do jogo, ao invés de assumi-lo e garantir à sua equipa a liderança de que esta necessitava. Pode fazer mais e melhor, sendo isso que os adeptos legitimamente lhe vão exigir no futuro.
Hugo – Abnegado – 7
Começou bem, fazendo uso do seu manancial de fintas (José “Caça e Pesca” Miguel ainda não deve ter achado os rins, mas que túnel!!!), sendo o principal responsável pelos poucos momentos de lucidez da equipa. Acabou em claro défice físico, mas se tivesse aguentado o ritmo durante toda a partida, talvez a massa associativa tivesse ido para casa com um sorriso nos lábios.
André – Esforçado – 7
Esteve bem no cômputo geral, pese embora se espere ainda mais dele. Tecnicamente evoluído, a sua qualidade de passe não passou despercebida. Terá sido o jogador que mais defendeu na equipa. Prestação a rever.
Resto do Mundo
Pedro “Eu bebo Malibu” Bogas – Brilhante – 9
Aterradora a forma elástica como se opôs à esmagadora maioria dos remates. Nas bancadas ficou a noção de que está a nascer um mito e que Bogas está destinado a grandes voos, ao contrário do balcão da Pizza Hut que, até ontem, todos lhe vaticinavam. Exibição para Scolari estar atento.
André Fonseca – Disciplinado – 8
Se houve jogador que levou a sério a partida de ontem foi André. Correu quilómetros na busca da bola, apoiou o ataque, distribuiu jogo, enfim...incansável. Nota-se nos seus movimentos que é um jogador com a escola do Futsal e constitui, por isso, uma mais-valia para todas as equipas que represente no futuro.
Carlos “El Mister” Dias – Raçudo – 8
O nervo, a raça e alma que coloca em cada jogada fazem dele um osso duro de roer. Não desiste de nenhuma jogada e ontem foi um exímio recuperador de bolas, revelando igualmente muito acerto no capítulo do último passe. Dias surpreendeu pela positiva e disse presente sempre que chamado a intervir. Terá passado ao lado de uma grande carreira.
Pedro “Martim Vilar” Pacheco – Dinâmico – 8
Se um dos pontos fortes da equipa foi a transição defesa-ataque, muito o deve a Pacheco, no seu jeito descontraído a fazer lembrar o saudoso Rosalino (médio-centro do Arrifanense nos inícios dos anos 70). Pacheco, por vezes, parece que tem a bola colada ao pé, fazendo um grande jogo, quiçá espicaçado por defrontar antigos companheiros. De negativo apenas algumas bolas infantilmente perdidas, mas, ainda assim, grande exibição.
Mestre – Inconsequente – 6
Apesar de alguns lampejos de genialidade, esteve uns furos abaixo do que pode, sabe e deve produzir, ressentindo-se a equipa desse facto. É normal que dele se espere o melhor, mas ontem não esteve nos seus dias, preferindo sempre mais um drible em vez de conferir objectividade ao seu jogo. A sorte é que Scolari já lhe deve ter reservado um lugar no mundial.
José “Caça e Pesca” Miguel – Inexistente – 2
A sua lesão foi a melhor coisa que aconteceu à equipa do Resto do Mundo. Absolutamente medíocre enquanto esteve em campo, sendo apenas eficaz na destruição do jogo da sua equipa. Melhores dias virão (pior é impossível)
O Seccionista (Meister)